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Má rotação intestinal e Volvo intestinal

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Entenda a má rotação intestinal e o volvo de intestino
A má rotação intestinal é um problema congênito, ou seja, está presente desde o nascimento da criança. Durante a gestação, na etapa na qual o intestino está em desenvolvimento, ele tende a ficar em uma determinada posição que impede que uma torção possa ocorrer no futuro. Na formação considerada “normal”, o intestino delgado fica posicionado no centro do abdome, e o intestino grosso (cólon) se posiciona como se fosse uma moldura do intestino delgado, permanecendo ao redor dele por meio de fixações nas laterais direita e esquerda da cavidade abdominal, assim como em sua parte superior.
O que é volvo intestinal?
Em casos de má rotação intestinal, o posicionamento das alças intestinais é alterado e as fixações são frouxas, permitindo que o intestino possa realizar um movimento de rotação sobre o seu próprio eixo. O problema é que este eixo (chamado de mesentério) possui os vasos sanguíneos responsáveis pela irrigação (oxigenação) e drenagem do sangue que nutre o intestino, e uma torção do mesmo pode interromper esta circulação.

Quando esta circulação sanguínea é interrompida por muito tempo, o intestino entra em sofrimento, as células morrem devido a falta de oxigênio e o intestino apresenta um quadro de necrose.

Com a necrose, pode ocorrer perfuração intestinal e extravasamento de secreção intestinal e fezes dentro da cavidade abdominal, levando a uma peritonite, que quando não tratada provoca choque séptico e morte.

Sinais e Sintomas de má rotação e volvo intestinal

Em alguns pacientes com má rotação intestinal, os sintomas podem permanecer ausentes por muitos anos ou até a vida toda. Em outros, os sintomas podem se desenvolver em qualquer idade, incluindo:

  • Dores abdominais recorrentes, sem causas aparentes
  • Episódios de vômitos
  • Distensão abdominal

Em casos de volvo ou torção intestinal, sintomas mais exuberantes aparecerão, como:

  • Vômitos biliosos (fluido digestivo esverdeado-amarelado)
  • Dor abdominal persistente
  • Distensão abdominal
  • Interrupção de evacuações ou evacuações com sangue
  • Frequência cardíaca acelerada e desidratação

Diagnóstico de má rotação e volvo intestinal

O diagnóstico da má rotação não complicada pode ser difícil, uma vez que as alterações anatômicas do intestino podem aparecer nos exames de imagem apenas durante as crises de dor mais fortes. Entretanto, em alguns pacientes, mesmo sem dor, os seguintes exames podem ajudar a detectar uma má rotação intestinal e um volvo:

  • Rx de abdome: pode evidenciar distensão de alças intestinais e imagem sugestiva de obstrução intestinal
  • Trânsito intestinal: neste exame, são realizadas radiografias seriadas do abdome após a ingestão de contraste, com o objetivo de mostrar características das alças intestinais
  • Tomografia de abdome: este exame é extremamente útil nos quadros de dor abdominal. Na presença de uma torção ou volvo intestinal, as alterações anatômicas do intestino e de sua circulação sanguínea são muito evidentes neste método.

Tratamento da má rotação intestinal e do volvo intestinal

A má rotação do intestino geralmente não é evidente até que o intestino se torça, resultando em sintomas. Como uma parte significativa do intestino funcional pode morrer com um volvo, causando choque séptico, acidose e disfunção de órgãos, isso é considerado potencialmente fatal.

Uma vez diagnosticado, a cirurgia para tratamento do volvo deve ser indicada o quanto antes, para que o intestino não sofra as consequências de um tempo prolongado sem oxigênio, causando necrose. O intestino é “destorcido” e cuidadosamente verificado quanto a presença de áreas de sofrimento ou perfurações.

Idealmente, a circulação para o intestino é restaurada após ele ser desenrolado, permitindo que ele recupere sua coloração rosada. Entretando, em algumas situações, a necrose poderá estar presente e ser indicada a retirada do segmento intestinal comprometido.

Em caso de dúvidas sobre a viabilidade do intestino, a ressecção é evitada e uma nova cirurgia é programada no prazo de 24h a 48h. Esta cirurgia é chamada de second look; nesta nova cirurgia, caso o intestino mostre-se realmente necrótico, a retirada do mesmo é realizada. Em casos ainda duvidosos, uma nova cirurgia é programada no prazo exposto acima.

Um paciente com volvo intestinal pode ter falência intestinal?

Quando a reparação cirúrgica é realizada antes que ocorra danos intestinais, geralmente não há problemas a longo prazo. No entanto, quando há a remoção de uma grande parte do intestino, a absorção de nutrientes poderá ser prejudicada. Nesta situação, a nutrição pode precisar ser suplementada com soluções calóricas intravenosas de longo prazo. Esse tipo de alimentação suplementar é chamado de nutrição parenteral total (NPT).

Que médico deve acompanhar um paciente com falência intestinal?

Na verdade, não é apenas um médico que deverá acompanhar o paciente. O tratamento da falência intestinal é verdadeiramente multiprofissional, sendo fundamental que uma equipe especializada em reabilitação intestinal acompanhe toda a jornada do paciente. Estudos publicados em renomadas revistas médicas internacionais demonstram que quando o paciente é acompanhado por uma equipe especializada, são maiores as suas chances de ficar livre da nutrição parenteral e menores as chances de desenvolvimento de doença hepática avançada e outras complicações relacionadas a falência intestinal; os mesmos trabalhos mostram uma menor necessidade de transplante e também uma redução significativa na mortalidade.

O centro de reabilitação intestinal possui gastroenterologistas, cirurgiões, enfermeiras especializadas, nutricionistas dedicadas apenas a estes pacientes e equipes de psicologia, fonoaudiologia, fisioterapia, farmácia clínica, serviço social e terapia intensiva.

Crianças tratadas por equipes especializadas possuem chances maiores de obtenção de autonomia enteral (ficar livre da nutrição parenteral), melhor qualidade de vida e menores chances de mortalidade, infecções de corrente sanguínea, tromboses vasculares e menor incidência de doenças hepáticas.
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Beatriz Farah
Nutricionista especialista
  • Curso de capacitação em nutrição em ambulatório – Instituto da Criança, Hospital das Clínicas (FMUSP)
  • Especialização em Saúde, nutrição e alimentação infantil – Hospital São Paulo (HSP – Unifesp)
  • Atuação no Centro de Reabilitação Intestinal e Transplante do Hospital Sírio-Libanês desde 2019
Estela Pavanelli
Nutricionista sênior
  • Atuação no Centro de Reabilitação Intestinal e Transplante do Hospital Sírio-Libanês desde 2018
  • Residência em Nutrição no Cuidado ao Paciente Crítico pelo Hospital Sírio-Libanês
  • Mestrado em Ciências da Saúde pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês, com estudo sobre o impacto da terapia nutricional em crianças com falência intestinal e desnutrição grave

Jackeline Brufato

Enfermeira especialista
  • Pós-graduação em Pediatria e Neonatologia pela Faculdade de Medicina do ABC
  • Atuação no Centro de Reabilitação Intestinal e Transplante do Hospital Sírio-Libanês desde 2022
Catherina Gameiro
Enfermeira especialista
  • Pós-graduação em Segurança do Trabalho pela FMU
  • Capacitação em laserterapia no tratamento de lesões
  • Atuação no Centro de Reabilitação Intestinal e Transplante do Hospital Sírio-Libanês desde 2018
  • Atuação como Supervisora de unidade de internação da reabilitação intestinal e hepatologia do Hospital Menino Jesus, entre 2023 e 2024
Catiana Mitica Gritti
Enfermeira coordenadora do IARI
  • Atuação no Centro de Reabilitação Intestinal e Transplante (CRITx) do Hospital Sírio-Libanês desde 2017
  • Atuação em transplante de órgãos desde 2012, com passagens pelo Hospital Israelita Albert Einstein e Beneficência Portuguesa de São Paulo
  • Responsável pela coordenação do programa de nutrição parenteral domiciliar e cuidados ambulatoriais do CRITx
  • Especialização em Gestão da Qualidade pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein
  • Mestrado em Ciências da Saúde pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês, com estudo sobre a influência de aspectos sócio-econômicos no desfecho do tratamento com nutrição parenteral domiciliar
  • Capacitação em laserterapia no tratamento de lesões
  • Estágio observacional no Penn Transplant Institute – Hospital of The University of Pennsylvania

Dra. Karina Roda Vincenzi

Cirurgiã gastrointestinal e Transplante
  • Fellowship em Transplante de Fígado, Transplante intervivos e Cirurgia Hepatobiliar – Hospital Sírio-Libanês e AC Camargo Cancer Center
  • Doutorado e Mestrado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês
  • Fellowship em Transplante de Fígado Intervivos e Cirurgia de Fígado e Vias Biliares no Asan Medical Center – Seul, Coréia do Sul
  • Visiting Surgeon no Departamento de Cirurgia de Fígado, Vias Biliares e Pâncreas do Hospital Beaujon – Paris, França
  • Pós-graduanda em Nutrologia pela ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia
  • CRM-SP 133.977
Dra. Carine Dias

Gastroenterologista pediátrica

  • Residência de Gastroenterologia pediátrica pela Unesp
  • Título de Especialista em Gastropediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria
  • Mestre em Ciências na área de Pesquisa Clínica pela Unesp
  • Fellowship em reabilitação intestinal pelo Centro de Reabilitação Intestinal e Transplante do Hospital Sírio-Libanês
  • Atuação no Centro de Reabilitação Intestinal e Transplante do Hospital Sírio-Libanês desde 2022
  • CRM-SP 159.352
Dra. Camila Mascarenhas
Gastroenterologista pediátrica
  • Residência de Gastroenterologia, Hepatologia e Nutrologia Pediátrica pela Unesp
  • Fellowship em reabilitação intestinal pelo Centro de Reabilitação Intestinal e Transplante do Hospital Sirio-Libanês
  • Atuação no Centro de Reabilitação Intestinal e Transplante do Hospital Sirio-Libanês desde 2022
  • CRM-SP 203.914
Dr. João Seda
Cirurgião pediátrico e Transplante
  • Responsável Técnico pelo Transplante de Intestino e Multivisceral do Hospital Sírio-Libanês
  • Atuação em Transplante de Fígado pediátrico no Hospital Sírio-Libanês desde 2006
  • Clinical Transplant Fellowship pela University of Pittsburgh Medical Center, entre 2001 e 2006
  • Doutorado em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo
  • Livre-Docente pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – FMUSP
  • CRM-SP 82.280
Dra. Natalia Person
Gastroenterologista pediátrica
  • Atuação no Centro de Reabilitação Intestinal e Transplante do Hospital Sírio-Libanês desde 2018
  • Especialista em Gastroenterologia, Hepatologia e Nutrologia pediátrica pelo Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP)
  • Título de Especialista em Gastropediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria
  • Mestrado em Ciências da Saúde pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês, com estudo sobre infecção de corrente sanguínea relacionada ao cateter venoso central e estratégias para salvamento do dispositivo, em crianças com falência intestinal
  • CRM-SP 157.831
Dra. Roberta Luiza Longo
Gastroenterologista pediátrica
  • Atuação no Centro de Reabilitação Intestinal e Transplante do Hospital Sírio-Libanês desde 2018, com ampla experiência no tratamento de crianças com falência intestinal
  • Residência Médica em Gastroenterologia e Hepatologia pediátrica pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre
  • Título de Especialista em Gastropediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria
  • Mestrado em Ciências da Saúde pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês, com estudo sobre a incidência e o manejo da doença hepática associada a falência intestinal em crianças
  • Pós-graduanda em Nutrologia pediátrica pela ABRAN
  • CRM-SP 195.615
Dr. Rodrigo Vincenzi
Fundador e coordenador do IARI
  • Coordenador do Núcleo de Falência Intestinal do Hospital Sírio-Libanês e do Centro de Reabilitação Intestinal e Transplante
  • Cirurgião com atuação em cirurgia gastrointestinal, hepatobiliar e transplante de órgãos; fellowship em transplante de fígado pelo Hospital Sírio-Libanês
  • Doutorado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Especialização em Gestão em Saúde pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês
  • Visiting Surgeon no Asan Medical Center, Seul, Coréia do Sul – Departamento de Transplante de Fígado Intervivos e Cirurgia Hepatobiliar
  • Visiting Surgeon no Hospital Beaujon, Paris, França – Departamento de Cirurgia de Fígado, Vias Biliares e Pâncreas
  • CRM-SP 104.586