Qual a importância de acompanhar os níveis de vitaminas e micronutrientes em pessoas com a síndrome do intestino curto e falência intestinal?
A falência intestinal (FI) compromete a absorção de nutrientes e, muitas vezes, torna o paciente dependente de nutrição parenteral (NP). Sem ajustes adequados, surgem deficiências de micronutrientes que afetam crescimento, reparo tecidual e imunidade.
Por que surgem deficiências de vitaminas e micronutrientes na falência intestinal?
As causas principais são:
- Absorção intestinal reduzida
- Administração insuficiente de vitaminas e minerais via NP
- Desequilíbrio na formulação das soluções de NP
- Necessidades metabólicas aumentadas (infecções, cirurgias)
- Disfunção hepática e perdas urinárias de oligoelementos
Principais sintomas de deficiência de vitaminas e micronutrientes
A falta de micronutrientes pode causar vários sintomas. Se faltarem as vitaminas A, D, E e K, a visão, os ossos, o sistema neurológico e a coagulação poderão ser afetados. A deficiência de ferro causa anemia, e a de zinco prejudica a imunidade e a cicatrização. A falta de cálcio e magnésio afeta músculos, esqueleto e coração, enquanto a de folato prejudica o sistema nervoso central. Abaixo, falaremos mais sobre os nutrientes que mais comumente apresentam deficiência.
Vitaminas e micronutrientes com maior risco de deficiência
Vitamina B12
- Onde é encontrada: carnes, peixes, ovos (origem animal)
- Papel: formação de hemácias e sistema nervoso
- Absorção: íleo, requer fator intrínseco
- Sintomas: cansaço, anemia, pele pálida, queda de cabelo, confusão mental
Ferro
- Onde é encontrado: carnes, leguminosas, espinafre, brócolis
- Papel: transporte de oxigênio
- Absorção: duodeno/jejuno, favorecida por vitamina C
- Sintomas: palidez, falta de ar, unhas frágeis, feridas na língua, cabelos frágeis
Cobre
- Onde é encontrado: castanhas, abacate, cereais integrais (nem sempre consumidos por pacientes com a síndrome do intestino curto)
- Papel: é um antioxidante que ajuda na saúde óssea, no sistema imunológico e também no sistema nervoso central
- Absorção: estômago e duodeno
- Sintomas: anemia, cicatrização lenta, fraqueza muscular, alterações na cor da pele e do cabelo
Zinco
- Onde é encontrado: carnes, brócolis, espinafre, leguminosas
- Absorção: intestino delgado
- Papel: imunidade e cicatrização
- Sintomas: Perda de apetite, lesões na boca e língua, alterações no paladar, queda de cabelo, unhas frágeis e com manchas brancas, problemas de crescimento em crianças
Selênio
- Onde é encontrado: castanha do Pará, frutos do mar, ovos
- Absorção: duodeno e íleo
- Papel: auxilia na função da tireoide e no sistema imunológico
- Sintomas: Fraqueza muscular, queda de cabelo, unhas frágeis e com manchas brancas, diminuição do apetite, pele seca e escamosa, hipotireoidismo
Vitamina D
- Onde é encontrado: principalmente pela exposição à luz solar
- Papel: absorção de cálcio e saúde óssea
- Sintomas: Dores ósseas e nas articulações, sonolência, problemas de crescimento em crianças
Cálcio
- Onde é encontrado: leite e derivados, tofu, leguminosas
- Absorção: intestino delgado proximal
- Papel: mineralização óssea e contração muscular
- Sintomas: fraturas, cãibras, formigamento, pele seca
Estratégias para prevenir e tratar deficiências de vitaminas e micronutrientes na síndrome do intestino curto e falência intestinal
O acompanhamento especializado é fundamental para prevenir complicações relacionadas à falta de vitaminas e micronutrientes, em pacientes com a síndrome do intestino curto e outras causas de falência intestinal. A deficiência de vitaminas e micronutrientes pode ser silenciosa e ter consequências sérias.
Por isso, o mais importante é prevenir e ter uma estratégia de reposição sempre que necessário. Abaixo algumas condutas importante:
- Monitorar níveis séricos (hemograma, ferritina, cobre, zinco, selênio, vitaminas A/D/E/K dentre outras)
- Personalizar a nutrição parenteral: ajustar de acordo com as necessidades a quantidade ofertada de vitaminas e oligoelementos.
- Suplementação enteral/oral: a equipe deverá considerar a porção do remanescente intestinal (tamanho, função e segmento anatômico) para calcular reposição adequada
- Educação do paciente e família: para reconhecer sintomas precoces e buscar assistência.
- Atuação de uma equipe multidisciplinar experiente: fundamental para a prevenção e o tratamento das deficiências de vitaminas e micronutrientes nas pessoas com falência intestinal
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